Enquanto o Governo Federal se sacode dentro do seu matiz econômico, em tom de cinza chumbo, idealizada pelo Ministro da Economia Paulo Guedes, a população aspergindo perdigotos tóxicos, por entre as ruas condenadas às andanças desnecessárias, nesses tempos de pandemia, alguns Estados mais impetuosos e beligerantes, com seus governantes atirados sem necessariamente apresentarem conotações de atilados, apresenta ao mundo uma estatística triste e vergonhosa quando tratamos a destinação de recursos do Governo Central, para combate ao Coronavírus, e a destinação dos valores aplicados à causa.
Trata-se de uma situação pontual reclamada pela imprensa nacional e que configura aplicações fora da realidade específica, pode ser, até acredito, os casos que fogem à realidade específica deva ter sido contradições de demonstrativos de contas, erros de lançamentos, ou coisa que o valha. Não podemos entender que diante de uma crise tão aguçada que estamos passando um governante de abrangência estadual tenha a capacidade de, sorrateiramente, se valer de algum valor destinado aos menos favorecidos e com a Nação em estado de crise.
Acreditando que a minha tese esteja correta, mesmo assim, se faz necessário uma prestação de contas, criteriosamente, por parte daqueles que estejam sendo arguidos, desfazendo qualquer juízo de valor que eles estejam sendo vítimas dos mais apressados. Ademais, há outras situações envolvendo compras de equipamentos com fins específicos no uso ao combate ao mesmo vírus, gerando dúvidas, causando transtornos e levando a população ao estado de espanto, nesses casos também não farei citações dos envolvidos, pois é um assunto de conhecimento público, difundido pelo noticiário nacional, como não tenho números em mãos para justificar caso a caso e para não ser leviano apenas levanto o caso para apreciação e providências das autoridades competentes.
Infelizmente, esse último assunto temos envolvimentos de Estados e autoridades espalhados por todas as regiões, ou quase todas, com participação do Norte, Nordeste e Sudeste, com números mais significativos. Ademais, há outra onda de apropriação indébita, dos recursos destinados para assistência temporária dos mais necessitados, por parte de população em geral, desde funcionários públicos, da economia privada e até mesmo de militares e seus parentes. É outra situação que nos deixa perplexo.
Nem mesmo a população dos Estados administrados por políticos contrários ao Governo Bolsonaro não se furtaram de se beneficiar dessa prática nefasta. Mais um caso para se acreditar que tenham ocorrido disparidades operacionais, ou registros indevidos, assim sendo, que os beneficiados inadvertidamente estornem os respectivos valores para benefícios dos carentes e definitivamente necessitados.
Nessa guerra de sobrevivência sabemos que muita coisa pode ainda estar por vir, assim ocorrendo, devemos ter certeza que o Estado brasileiro não tem recursos infinitos para superar a crise sem criar uma situação insustentável para o futuro, tanto com inflação, como ainda, alargamento da dívida que já chega à paridade com o PIB, nada confortável para uma Nação emergente como nós e com graves problemas políticos.
O que mais nos intriga é esse clima de incerteza que tem nos pressionado. O Governo Federal, confinado no Palácio da Alvorada em função do Coronavírus que sobre ele se abateu, o que é pior, pelo seu descrédito junto à opinião pública nem mesmo seus correligionários tem acreditado muito no seu estado de saúde. Creio que toda essa celeuma, em torno do Presidente Bolsonaro, decorre do fato dele não ter dado o devido crédito ao vírus anunciado, chegando até mesmo a debochar de suas consequências e resultados maléficos.
Pelas inconsequências dos nossos dirigentes, muitos dos quais poucos diligentes, temos vividos por conta desse despreparo e desapontamento entre os três Poderes, por conseguinte verdadeira debandada de apoiadores ao Governo Central, pelos Governos Estaduais, há uma verdadeira insegurança jurídica e política. Praticamente o Estado brasileiro está sendo administrado pelo binômio Legislativo e Judiciário, por absoluta contumácia do Presidente Jair Bolsonaro, pendendo sempre para o lado oposto da coerência dos fatos.
Com a educação à deriva, nem mesmo o ministro da pasta existe, depois de dois desavisados e incoerentes que por lá passaram e dois prepostos sem os devidos reflexos e tendência ao cargo, resta uma quinta opção que certamente virá em pouco tempo. A saúde de tão debilitada encontra-se internada para recuperação dos açoites que foi vítima durante esses últimos 18 meses, também continua esperando um abençoado que queira administrar um setor em crise.
Apenas nos resta o Agronegócio que tem se comportado brilhantemente para alegria do nossa economia devastada. A Ministra da Agricultura vem sendo um esteio nesse Ministério, mesmo tendo que lutar contra o próprio Presidente e alguns Ministros de outros setores que teimam em desqualificar o agronegócio e nossos importadores mais cativos, caso específico da China que insiste em nos comprar apesar de alguns brasileiros inconsequentes. O tempo urge, necessitamos urgentemente colocarmos a locomotiva sobre os trilhos e nos lançarmos em direção ao futuro que se aproxima e com todas as crises que estão vindas em nossa direção.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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