Novo governo velhas práticas 28/12/2023
É chegado o momento de procurarmos fazer reflexões sobre o que efetivamente se passou e o que de efetivo ficou de resultados positivos e negativos que influirão no exercício do próximo ano de 2024. Politicamente tivemos no ano de 2023 praticamente um ano de penúria, quando os políticos singraram os mares da inobservância e aportaram em terras desconhecidas para quem busca terra firme.
Tanto o executivo quanto o Legislativo entraram em searas nunca dantes penetrado, não obstante as muitas tentativas de invasões em várias legislaturas anteriores, mas nada comparado ao que se fez de intromissão nos Poderes alheios e por elementos estranhos nas entranhas cobiçadas pera efeito de ludibriar o trabalho de terceiro, em busca apenas de protagonismo midiático e populesco.
O presidente da República, Lula da Silva, passou seu primeiro ano de governo tentando apenas justificar que tinha superado seu oponente, Jair Bolsonaro, nas urnas, litigando o tempo todo como quem estivesse ainda em campanha, esquecendo-se de fazer o principal, depois das eleições, elaborar um plano de governo e partir, objetivamente, ao encalce dos seus objetivos previamente delineados.
Sem uma meta preestabelecida não se atinge lugar nenhum, nada se produz de efetivo, as ideias que por acaso surjam vão se dispersando pelos caminhos, os aliados de primeira hora, à prática diz isso, vão desistindo de continuar na luta combinada para combater os inimigos que sempre surgem em qualquer empreitada, e as possibilidades de acertos vão ficando cada vez mais difícil de realizações.
No Legislativo, foi uma verdadeira sequência de atos inoportunos, continuidade de uma política como se fora um presidencialismo participativo, com divisão de tarefas, sempre executadas desde que fosse beneficiado por um pagamento extra por conta da divisão do bolo, divisão essa nada republicana e sempre nas entrelinhas, com requinte de malversação sobre o recolhimento dos que efetivamente pagam seus impostos.
Na outra ponta, longe dos eleitos pelos eleitores ludibriados, ostentando a pose dos deuses exaltados ante a indolência de um povo humilhado, o Judiciário, representado pelo suprassumo da categoria, STF, na pessoa do ministro Dias Toffoli, enterra com um golpe de misericórdia, a Lava Jato, suspendendo o acordo de leniência imposta à J&F cujo valor supera os R$ 10.3 bilhões.
Depois desse ato individual, sem a participação do colegiado, encerra-se as investigações, pela PF (polícia federal) sobre esquema de corrupção , fraudes, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, confessada pelo próprio grupo, com comprometimento de pagar o montante em 25 anos, o grupo já tinha pago R$ 2,5 bilhões, nesse caso fica a pergunta, o Estado vai devolver os valores ao grupo?
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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