Novo governo velhas práticas 29/10/2023
As pesquisas científicas têm nos mostrado que vamos envelhecer em 19 anos o que a França levou 145 anos, o Brasil é um dos países que mais envelhece nos últimos tempos, em um comparativo entre 2010 e 2022, a população acima dos 65 anos, passou de 7,4% da população para 10,9%, crescimento de 57,4%, em doze anos, esse número justifica-se pelo baixo nível de natalidade e o índice de longevidade vem em um crescendo admirável.
O que temos a lamentar é a situação em que fica o idoso doravante, considerando que somos, hoje, 55 idosos para um grupo de 100 crianças, esse índice era de 35 idoso para o mesmo grupo de crianças, só esse fato traduz o nosso envelhecimento. A discriminação do Idadismo, contra os mais velhos é visivelmente exposto pela invisibilidade do próprio idoso, ainda, sua exclusão do convívio social e familiar, o idoso dependendo da família é tratado como um incômodo.
Temos a mania de cultuar à juventude e à beleza, uma verdadeira demonstração que aumentamos nosso preconceito com os mais velhos quando o frescor da juventude não aparece mais em nossos rostos e o brilho do nosso olhar ficou ofuscado, mais ainda, somos campeões de cirurgias plásticas e aplicação de botox, os dados médicos nos mostra, também que o próprio governo brasileiro está muito aquém em considerar o idoso como uma prioridade.
A prova inconteste que o governo falha na sua política para com o idoso fica mostrada nos dados da sociedade de geriatria quando informa que há cerca de 2,6 mil geriatras no Brasil, havendo um déficit 28 mil profissionais nessa área. Há informações que na última década a taxa de especialização em geriatria (0,7) manteve-se estável, conquanto a estrutura hospitalar, de longa permanência, ficou defasada, caindo de 0,6, leito para cada mil idoso, para 0,4.
Outra situação vexatória é espraiada com ausência de políticas de mobilizações multissetoriais continuadas e aproveitamento da SUS, com conceito em alta desde a Pandemia do Coronavírus levando ao mundo nossa capacidade de assistência médica e nada foi feito para aproveitar essa estrutura positiva para desenvolver um trabalho de atendimento mais de perto nas multimorbidades, situação até normal nas pessoas da terceira idade.
Tirando os planos de saúde que continuam assistindo os idosos, mesmo com valores acima da realidade dos seus usuários, a medicina de grupo é o único caminho que resta ao idoso, isso quando os mais carentes contam com ajuda dos seus familiares, filhos, filhas, noras e genros, a maioria não conta com essa possibilidade de extrema necessidade, inviabilizada às vezes por conta do grau de dificuldade da população como um todo. Isso é um fato triste e melancólico.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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