Velhos vícios, trapos remendados 21/04/2024
Faz muito tempo que não passamos de um País constituído de pessoas, na sua maioria, sem um mínimo de dignidade humana e respeito para com os seus pares, isso é notada nas atitudes nada humanitárias quando se observa o comportamento de determinadas pessoas nas suas relações do dia a dia, sobretudo quando se faz necessário um tratamento mútuo e de respeito correspondido entre as partes.
Tivemos um caso recente, 17/04, em Bangu, no Rio de Janeiro, que exemplifica muito bem essa situação de desprezo pelo ser humano. Uma senhora, Érika de Souza vieira, 43 anos, dizendo-se parente do Sr. Paulo Roberto Braga, adentrou em agência bancária, conduzindo o Sr. enumerado, objetivando a consumação de um empréstimo bancário antecipadamente acertado.
Tudo certo, tudo de acordo com as normas e procedimentos não fora a situação de anormalidade que tomou conta da situação. Acontece que ao ser indicado para a devida assinatura da documentação correspondente aquela operação, simplesmente o Sr. Paulo estava sem suas movimentas físicas que justificassem sua vida plena, ou seja, completamente inerte.
As câmeras de segurança do Banco, passaram a mostrar a insistência da Sra. Érika para que o postulante ao empréstimo assinasse os documentos apresentados, sem a menor reação do Sr. Paulo. Intrigado com a situação os atendentes da agência bancária solicitaram o SAMU, no intuito de dirimir qualquer dúvida na condição física do referenciado, quando foi constatado a morte do mesmo.
A continuidade desse assunto já é de conhecimento geral, quando a Sra. Érika foi transformada em custodiada, sendo levada a uma prisão em flagrante por furto e mediante fraude e vilipêndio a cadáver, na sequência o Ministério Público (MP-RJ) pediu à Justiça que a prisão em flagrante fosse convertida em prisão preventiva. Não sei ainda se a Sra. Érika é realmente é parente do Sr. Paulo, mas isso é no mínimo constrangedor.
Qualquer que seja o grau de parentesco da Sra. Érika com o Sr. Paulo, ou não, a situação é no mínimo inusitada e o quanto estamos sendo cruéis com os nossos pares para conseguir algo material estamos superando toda e qualquer desfaçatez, portanto fica cada vez mais difícil de se confiar no próprio ser humano; estamos cada vez mais prevaricando ante as leis e os bons costumes.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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