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Foto do escritorGenival Dantas

É preciso refletir antes de agir













O fato sem politicagem 15/04/2022


Quando se perde a fortuna, nada se perde; quando se perde a saúde, algo se perde; quando se perde o caráter, tudo se perde. Esse pensamento anônimo é oportuno para o momento que atravessamos, em situação de guerra localizada com viés de quase guerra mundial, ainda uma pandemia sanitária sendo combatida e que insiste em se manter ativa em alguns locais e situações distintas, são as situações corroborando com o que de mais crítico para todos nós.


Sexta-feira Santa, da Paixão e Maior, se fundem na morte de Jesus Cristo, aquele que representa o pensamento e filosofia máxima para o mundo Cristão. Como nasci em berço religioso e cristão, estive durante minha infância, com os costumes e ensinamentos da Igreja Católica, com todas suas intercorrências, interpretações e tradições por mais obsoletas que fossem dentro do contexto de uma época que saia das convenções tradicionais e partia para o modernismo social.


Hoje, ainda, sou remetido para o tempo dos meus primeiros passos e minhas primeiras lembranças da minha infância distante, mormente nesses dias festivos, quando tudo era reprimido, em nome de convenções religiosas e sociais. Guardo alguns valores, mesmo considerados já superados me são caros pela sua significância moral e religiosa. Podia até não concordar com determinados valores, entretanto, eles foram tão importantes na minha formação, que se fazem presentes até hoje.


Sempre lembro, normalmente, minha mãe muito religiosa, fazia suas promessas, mas o cumprimento da pena para atingir seu objetivo, sempre recaia sobre os meus ombros, não me esqueço das missas que assistia na primeira fila de bancos, com olhar fixo na imagem de Nossa Senhora, sem o direito de olhar lateralmente, para que o resultado do milagre fosse de boa monta, ressaltando ainda, as muitas procissões que seguia descalço e sendo chamuscado com uma vela acesa, entre as mãos.


Todas essas penitências eram celebradas por conta de uma tradição religiosa e familiar no reduto das famílias mais tradicionais e conservadoras, o que era o meu caso. Na proporção que eu fui me afastando da minha infância e juventude, com o aprendizado natural das coisas, via educação e depois trabalho, concomitantemente fui me distanciando dos valores religiosos, infelizmente, porém, não posso negar que ainda há profundas raízes resultantes daquele período de longo aprendizado.


Quando eu vejo a vida que levamos valorizando muito mais o ter que o ser, em outras palavras, vivendo pragmaticamente dentro de uma redoma materialista, alheios aos princípios básicos dos valores espirituais que vivíamos no começo das nossas vidas, sinto o quanto nos apequenamos e nos tornamos verdadeiros ventríloquos, mormente aqueles afetos ao mundo político e suas emulações.


Confesso que não é fácil viver com tantos sentimentos de culpas, principalmente quando eles são advindos de conflitos internos e tendo de fazer escolhas que podem representar o divisor de águas entre o bem e o mal, objetivamente quando há o envolvimento de outras vidas nas nossas decisões, a minha vida sempre constituída de pareceres, sugestões, opções e definições, sempre envolvendo muito mais valores humanos do que o material.


Quando eu percebo tolices praticadas por determinadas pessoas, muitas delas classificadas como autoridades da República, até me sinto mal. Há em curso uma verdadeira avalanche de protuberâncias morais, verdadeiras pontas de icebergs em um mar de lama construído pelos dissidentes da moral e dos bons costumes, em troca de posições políticas e sociais, nem que para isso até mesmo a alma seja vendida, ou penhorada para leilão a posteriori.
















Genival Dantas

Poeta, Escritor e Jornalista



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